Este é um resumo do que foi dito pelo Representante do ACNUR no Mali, Mohamed Toure - a quem se pode atribuir o texto citado - na conferência de imprensa de dia 24 de janeiro no Palais des Nations em Genebra.
O ACNUR apela a um maior apoio às pessoas recentemente deslocadas no Mali, onde a violência e as ameaças de grupos armados forçaram os malianos e refugiados locais a fugir em busca de segurança.
Na aldeia de N'Tillit, no norte do Mali, os ataques forçaram mais de 3.700 refugiados do Burkina Faso e malianos locais a fugir para Gao, a cidade mais próxima, localizada a 120 quilómetros de distância.
A ameaça atual em N'Tillt, onde os refugiados tinham encontrado refúgio nos últimos anos após terem fugido do Burkina Faso, deslocou-os pela segunda ou terceira vez, trazendo-lhes um trauma ainda maior. Desde 2018, os refugiados do Burkina Faso têm sido forçados a atravessar a fronteira para o Mali, apesar da precária situação de segurança em ambos os países. A 31 de Dezembro de 2022, o Mali já tinha acolhido mais de 60.000 refugiados, incluindo 25.000 do Burkina Faso. Entretanto, cerca de 440.000 malianos continuam deslocados internamente devido à violência contínua e às ameaças de grupos armados.
O número de chegadas à cidade de Gao pode continuar a aumentar uma vez que a restante população da aldeia de N'Tillit teme represálias depois de terem sido feitos ultimatos por um grupo armado. A maioria dos deslocados - mulheres e crianças - caminharam durante horas sem comer, temendo pelas suas vidas enquanto procuravam segurança.
Os deslocados vivem atualmente debaixo de árvores ou em abrigos improvisados com pouca comida e água. As mães grávidas e lactantes com crianças, os idosos, as pessoas com deficiência e as crianças separadas necessitam urgentemente de cuidados de saúde. O ACNUR e os seus parceiros estão a apoiar as autoridades locais na avaliação e resposta às necessidades das famílias deslocadas à força em Gao.
Estamos também a coordenar a resposta humanitária aos refugiados e aos malianos deslocados no interior do país através de abrigos de emergência, educação, fornecimento de alimentos e água, assistência em dinheiro e programas destinados à capacitação económica.
Apesar destes esforços, as necessidades dos deslocados continuam enormes, uma vez que a violência por parte de grupos armados continua a forçar as pessoas a fugir. O ACNUR apela à comunidade internacional que demonstre maior solidariedade para com os deslocados no Mali e nos países vizinhos, através de apoio financeiro urgente a organizações humanitárias para prestar assistência para salvar vidas.